" ESCRAVA "
Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor, Eu te saúdo, olhar do meu olhar, Fala da minha boca a palpitar,
Gesto das minhas mãos tontas de amor!
Que te seja propício o astro e a flor,
Que te seja propício o astro e a flor,
Que a teus pés se incline a terra e o mar,
P’los séculos dos séculos sem par, Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor!
Eu, doce e humilde escrava, te saúdo, E, de mãos postas, em sentida prece, Canto teus olhos de oiro e de veludo.
Ah, esse verso imenso de ansiedade, Esse verso de amor que te fizesse
Eu, doce e humilde escrava, te saúdo, E, de mãos postas, em sentida prece, Canto teus olhos de oiro e de veludo.
Ah, esse verso imenso de ansiedade, Esse verso de amor que te fizesse
Ser eterno por toda a Eternidade!...
[ Florbela Espanca ]
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